- "O que a IA generativa está trazendo é um nível diferente de disrupção", disse o CIO do Itaú (ITUB4), Ricardo Guerra, durante painel do Febraban Tech, promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban)
A inteligência artificial (IA) generativa, aquela que cria conteúdos como textos e imagens, pode mudar totalmente o modo de trabalho dos bancos e também a interação com os clientes.
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Os executivos de informação (CIO, na sigla em inglês) e de tecnologia dos maiores bancos brasileiros afirmam que a IA em si já é utilizada dentro das instituições, mas de forma diversa da que ferramentas como o ChatGPT se empregam dela.
“O que a IA generativa está trazendo é um nível diferente de disrupção”, disse o CIO do Itaú (ITUB4), Ricardo Guerra, durante painel do Febraban Tech, promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) em São Paulo nesta quarta-feira (28). “Vamos ver de fato o trabalho de criação ser substituído por inteligência artificial, e acho que precisamos estar preparados para aproveitar as oportunidades e alavancar as pessoas em um novo mundo que está surgindo.”
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Acompanhado de executivos e executivas do Bradesco (BBDC3; BBCD4), BTG Pactual (BPAC11), Santander (SANB3, SANB11), Banco do Brasil (BBSA3) e Caixa, Guerra disse que os bancos já utilizam há alguns anos outras formas de IA, como as redes neurais.
Nos bancos brasileiros, os modelos de inteligência artificial ajudam sobretudo na análise de riscos, como mostrou o Broadcast em março. Mas a versão generativa também começa a ser testada.
Edilson Reis, CIO e diretor executivo do Bradesco, afirmou que o banco começa a testar o uso da IA generativa para tornar mais rápido o atendimento nas agências, em que muitas vezes, o funcionário precisa ler normativos do banco, mas não tem tempo hábil para isso. “Os experimentos que temos feito com IA generativa são para interpretar aquele normativo”, disse ele.
Outros bancos têm feito testes semelhantes. O BB começa a testar uma ferramenta em que a IA generativa dá aos funcionários respostas sobre perguntas feitas pelos clientes, também para tornar o atendimento mais certeiro. A função ainda não tem data para começar a operar de forma ampla na rede do banco.
Segundo a vice-presidente de Tecnologia e Digital da Caixa, Adriana Salgueiro, os bancos serão muito transformados pela inteligência artificial e podem tirar vantagens disso. “Eu penso que quanto mais conectados, mais digitais e consumindo dados de forma concomitante, alavancamos enormemente as possibilidades de uso da inteligência artificial, e as possibilidades de hiperpersonalização ganham uma nova fronteira enorme”, afirmou.
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Neste ponto, os bancos afirmam que pela facilidade de uso, a IA generativa pode ser utilizada em todos os setores das organizações e não apenas pelas áreas de tecnologia, como acontecia antes. “Queremos fazer nossas pessoas abraçarem isso de forma contundente. Nisso vem o tema da qualificação, trazer todos para o jogo”, disse Luis Bittencourt, CIO do Santander e CEO da F1rst Digital Services, empresa de tecnologia do banco.